Organizador(es)
A inclusão escolar de pessoas com deficiências tem se tornado, na contemporaneidade, motivo de debates e discussões. É notório tratar-se de um tema que desperta interesse da sociedade e, sobretudo, da comunidade escolar na qual estes estudantes com necessidades educativas especiais estão inseridos. Nesse contexto, iremos discorrer acerca do trabalho desenvolvido na Sala de Recursos Multifuncionais, da Escola Estadual Professor Joao Tibúrcio, localizada no bairro Alecrim, em Natal/RN. A escola oferece, no período diurno, Ensino Fundamental I e II, e a modalidade EJA no período noturno. Na perspectiva de garantir o acesso e permanência, bem como a continuidade nos estudos, de pessoas com deficiência ou necessidades educativas especiais nas salas de aula regulares, o Ministério da Educação, no âmbito das políticas públicas voltadas a Educação Especial, resolveimplementar o Atendimento Educacional Especializado na escola regular, através da Resolução CNE/CEB Nº4, de 2009. Nesse sentido, o AEE possui natureza complementar e/ou suplementar para o desenvolvimento dos estudantes, levando em consideração as singularidades de cada ser, as especificidades, a complexidade e heterogeneidade das aprendizagens. Assim, na medida em que vai realizando intervenções na Sala de Recursos, o professor está construindo diálogos com os alunos, e estes, motivados e sentindo-se capazes, dialogam com a Inclusão escolar, na medida em que passam a realizar o que antes não conseguiam. Para alcançar resultados significativos, trabalhamos na perspectiva de ultrapassar barreiras e promover avanços nas áreas em que o estudante apresenta déficits moderados ou severos que dificultem o seu avanço na sala regular, seja na aprendizagem, na interação com os professores ou os pares, na participação em atividades, na socialização, entre outros. O presente trabalho foi desenvolvido ao longo do ano de 2017, tendo como objeto de estudo os alunos atendidos na SRM, no turno vespertino, com os seguintes transtornos ou deficiências: Hiperatividade, Transtorno Global do Desenvolvimento, Autismo, Síndrome de Down, Deficiência Intelectual e Transtorno de Aprendizagem e de Comportamento. Dessa forma, utilizamos vários recursos, entre os quais: jogos matemáticos e de alfabetização, recursos tecnológicos, oficinas de Artes, e outros materiais pertinentes a cada situação de aprendizagem. A partir do diagnóstico inicial, elaboramos o Plano de Atendimento Individualizado, no qual acompanhamos o desenvolvimento de cada estudante, fazendo os ajustes necessários no Plano. Com esse trabalho, conseguimos obter avanços com os alunos, porem há muita resistência quanto à adaptação curricular por parte dos professores da sala regular. O AEE nos oferece muitos desafios e conquistas. Entretanto, falta, não somente nas escolas, mas na sociedade como um todo, um olhar sensível, acolhedor, para com as diferenças e os diferentes. É preciso aceitar e valorizar o tempo de cada ser, as potencialidades que estes estudantes com necessidades especiais possuem, respeitando as peculiaridades de cada deficiência, e, portanto, respeitando esse sujeito, que é um cidadão de direitos. Dessa forma, é possível a inclusão escolar acontecer.